Mulheres na Política Municipal: Avanços e Desafios no Cioeste para o Mandato 2025-2028


O resultado das eleições municipais para o próximo mandato trouxe à tona um dado preocupante: apesar de as mulheres serem maioria do eleitorado em diversas cidades do Cioeste, sua representatividade nos legislativos municipais ainda está aquém do desejado.

Em Itapevi, por exemplo, as mulheres representam 52,68% do eleitorado, mas ocupam apenas 4 das 17 cadeiras disponíveis, o que equivale a 23,5%. O caso de Cotia é ainda mais alarmante: mesmo com um eleitorado feminino de 52,59%, nenhuma mulher foi eleita para as 17 cadeiras da Câmara. Essa ausência escancara um paradoxo entre o peso das mulheres como eleitoras e sua sub-representação como tomadoras de decisão.

Barueri, uma das cidades mais populosas da região, com 54,79% de eleitoras mulheres, conseguiu eleger apenas uma representante feminina para suas 21 cadeiras, resultando em um tímido 4,8%. Situação semelhante é observada em Jandira, onde apenas uma mulher foi eleita, ocupando 7,7% das 13 cadeiras.

Osasco e Santana de Parnaíba apresentaram cenários mais positivos, mas ainda longe do ideal. Em Osasco, com 53,25% de eleitoras mulheres, foram eleitas 4 mulheres para as 21 cadeiras, representando 19%. Já Santana de Parnaíba alcançou o melhor desempenho proporcional, com 5 mulheres ocupando 29% das 17 cadeiras, as mulheres representam 52,56% do eleitorado.

Araçariguama também chama atenção positivamente: com 50,46% do eleitorado feminino, 3 mulheres foram eleitas para as 11 cadeiras, alcançando 27,3% de representatividade. Por outro lado, Carapicuíba (52,72% de eleitoras) e Pirapora do Bom Jesus (51%) seguem a tendência de baixa ocupação de cadeiras pelas mulheres, com 10,5% e 11,1%, respectivamente.

Esses números revelam um cenário de desafios e oportunidades. Apesar de avanços em algumas cidades, a sub-representação feminina na política municipal ainda reflete barreiras históricas, culturais e estruturais. As mulheres, que já mostraram sua força enquanto eleitoras, precisam agora ser mais incentivadas e apoiadas a ocupar os espaços de poder.

A luta por uma política mais inclusiva exige ações concretas, como o fortalecimento de candidaturas femininas e a conscientização do eleitorado sobre a importância da equidade de gênero nos espaços legislativos. Afinal, em pleno século 21, não é mais possível ignorar que a política, assim como todos os outros espaços de poder, também é lugar de mulher.